Pulmão retirado a bebé pela axila!
A equipa de Cirurgia Pediátria do Hospital de Braga, liderada por Jorge Correia Pinto, extraiu ontem a parte superior do pulmão esquerdo de um lactente de cinco meses, através de uma pequena incisão na axila.
Ainda no útero, foi diagnosticada a Leandro, às 29 semanas, uma mal-formação quística congénita no lóbulo superior do pulmão esquerdo, patologia que acarreta riscos acrescidos de infecções repetitivas como penumonias, abcessos pulmonares e até degenerescência maligna durante a infância.
“A indicação é para se tirar esta lesão no pulmão o mais cedo possível”, afirma Jorge Correia Pinto, referindo que até agora a remoção do pulmão era feita por toraxtomia, isto é, abrindo o tórax da criança na sua totalidade.
“A evolução da Medicina permite agora fazer esta intervenção de forma minimamente invasiva, por instrumentos de 3 ou 5 milímetros, no primeiro ano de vida”, diz o cirurgião, lembrando que até agora esta lobectomia pulmonar toracoscópica só tinha sido realizada em crianças mais velhas.
“Quanto mais pequeno for o bebé, maior a exigência técnica da cirurgia. Neste caso, operámos uma criança de cinco meses, daí a intervenção ser pioneira em Portugal”, frisa Correia Pinto, satisfeito com o sucesso da intervenção, que demorou duas horas e foi monitorizada em tempo real num ecrã.
Segundo o clínico do Hospital de Braga, os benefícios de intervir em tão tenra idade são enormes, pela maior capacidade de recuperação do pulmão remanescente, que cresce até aos cinco, seis, sete anos de vida.
“Se a extracção fosse feita aos cinco anos, estaríamos a dar poucas hipóteses de haver crescimento compensatório”, explica Correia Pinto, que contou, ontem, com o auxílio do cirurgião americano Alan Flake, especialista de Filadélfia que já efectuou inúmeras intervenções endoscópicas em recém-nascidos de um e dois meses.
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